Pacoti é o nome do rio que nasce ao extremo sul da Serra de Baturité e banha o município. Há divergências quanto ao significado da denominação. Lagoa das Cotias, rio das Pacovas (banana) e rio das bananeiras, segundo a língua dos indígenas, antigos habitantes desta terra, são alguns dos significados possíveis. Ainda existe a hipótese de se chamar Voltado para o Mar.
Somente dois séculos depois do descobrimento do Brasil, em 1680, o maciço de Baturité é alcançado pela primeira vez. Estevão Velho de Moura e mais seis rio-grandenses do norte conseguem do Capitão-mor Sebastião Sá uma extensão de terra sobre o rio Choró. Eram 126 quilômetros, alcançando grande parte da atual micro região de Baturité.
Apesar disso, as terras do maciço continuaram sem uma efetiva ocupação até 1718, quando Manuel Duarte da Cruz ocupa a região atualmente denominada de Aracoiaba.
Vindos do sertão de Canindé, em 1738, Teodósio de Pina e Inácio Loiola Leitão ocupam a região da atual Aratuba. Em 1740, os irmãos Arnáu, Sebastião e Cristovão Holanda habitam temporariamente a serra e Manuel Ferreira da Silva resolve transferir-se em definitivo para a região. Os descendentes destes pioneiros são os responsáveis pelo povoamento inicial e hoje, muitos dos seu quintos e sextos netos ainda são proprietários de sítios em Aratuba, Guaramiranga, Mulungu e Pacoti.
Ao iniciar-se o século XIX, todo o solo do maciço já possuía proprietários. Parte do maciço desenvolve a plantação de algodão e a região tem uma rápida expansão econômica. A cidade de Baturité transforma-se em ponto de convergência obrigatória de numerosos caminhos.
Os senhores mais abastados do sertão compravam sítios na serra, onde construíram casas provisórias para fugir das secas. Subiam em picadas com uns poucos animais de carga e algumas vacas para o leite. Passada a estiagem, não suportavam a umidade e o frio serrano e voltava ao sertão.
Sua origem remonta a um sítio denominado Pendência que, produzindo cana e café, formou-se povoado na segunda metade do século XIX. Aos 2 de setembro de 1890, emancipa-se, passando a adotar o nome do rio em cujas margens floresceu como cidade: Pacoty, do tupi rio das bananeiras.
A Princesinha da Serra de Baturité, como é conhecida, caracteriza-se ainda pela preservação dos costumes da vida interiorana. A religiosidade marcante, por exemplo, pode ser percebida pelo zelo com que se conserva a secular Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o Arco de Nossa Senhora de Fátima que acolhe aos que adentram a zona urbana, o Santuário de Nossa Senhora do Globo que oferece um belo mirante, dentre outros monumentos sacro-históricos.
Diminuta e pacata, sua área urbana pode ser cruzada a pé de uma ponta a outra por um percurso que revela o patrimônio cultural que habita entre passado e presente, confirmado por suas trilhas de memórias e ecológicas mapeadas. Com pouco mais de 11 mil habitantes moradores do centro à extensa zona rural, Pacoti resguarda belezas naturais e verdadeiras relíquias, à exemplo do antigo Sítio São Luís.
Hoje, o aquecido setor de comércio e serviços atravessa desde o mercado público, a tradicional feira aos domingos, o artesanato local, hotéis, pousadas e restaurantes que traduzem as possibilidades de experiências únicas para quem busca conhecer um outro Ceará.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Pacoti pela lei provincial de 14-02-1863 e por lei provincial nº 2113, de 15-12-1885.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Pacoti, pelo decreto estadual nº 56, de 0209-1890. Sede no núcleo de Pendência. Instalado em 25-10-1890.
Pela lei estadual nº 556, de 25-08-1890 a vila é extinta, seu território anexado ao município de Baturité.
Elevada novamente à categoria de município com a denominação de Pacoti, pela lei nº 672, de 30-08-1901, desmembrada de Baturité.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece é constituído de distrito sede.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de I-IX-1920, o município aparece constituído de 3 distritos: Pacoti, Campos Belos e Santana.
Pelo decreto estadual nº 193, de 20-05-1931, o município é extinto sendo seu território anexado ao município de Baturité, como simples distrito.
Elevada novamente à categoria de município com a denominação de Pacoti, pela lei nº 1156, de 04-12-1933, desmembrada de Baturité.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 7 distritos: Pacoti, Guaramiranga, Lameirão, Mulungu, Pernambuquinho. Desmembrado de Baturité e Pindoba e Santos Dumont.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto nº 448, de 20-12-1938, são extintos os distritos de Lameirão, sendo seu território anexado ao distrito de Mulungu e Pindoba anexado ao distrito de Santos Dumont.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 5 distritos: Pacoti, Guaramiranga, Mulungu, Pernambuquinho e Santos Dumont.
Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Santos Dumont passou a denominar-se Aratuba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 5 distritos: Pacoti, Aratuba ex-Santos Dumont, Guaramiranga, Mulungu e Pernambuquinho.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955.
Pela lei estadual nº 3563, de 29-03-1957, desmembra do município de Pacoti o distrito de Arartuba. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 3679, de 11-07-1957, desmembra do município de Pacoti os distritos de Guaramiranga e Pernambuquinho, para formar o novo município de Guramiranga.
Pela lei estadual nº 3556, de 14-03-1957, desmembra do município de Pacoti o distrito de Mulungu. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1963.
Pela lei estadual nº 7269, de 27-05-1964, são criados os distritos de Colina, Fátima e Santa Ana e anexado ao município de Pacoti.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 4 distritos: Pacoti, Colina, Fátima e Santa Ana.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Fonte
IBGE
Dispõe de hotéis com boa estrutura, apesar de não serem hotéis de luxo. Os principais hotéis são Estância Vale das Flores e Nosso Sítio, que oferecem aos seus visitantes uma parada com contato direto com a natureza, além de passeios com caiaque, pedalinho, cavalo, charrete, entre outros (falaremos deles no próximo post), Pacoti preza pela simplicidade.
Principais pontos turísticos são:
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição (Construída em 1885, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais antigas edificações da cidade. Conta-se que o povoado de Pendência nasceu ao redor desta matriz, que depois de muito tempo foi elevada a cidade. Teve como primeiro vigário o Pe. Constantino Matos. Com características coloniais passou por reforma durante a gestão do Pe. Erfo. Nela está sepultado um dos maiores benfeitores do Município de Pacoti, o Alemão Pe. Quiliano (Fridollin Mithnat), que passou quase toda sua vida aqui, trazendo recursos para ajudar as pessoas carentes. Ajudou a construir o Hospital Pe. Quiliano, o Instituto Maria Imaculada etc. A arquitetura possuía características coloniais, antes de ter sofrido algumas reformas, durante a gestão do Padre Erfo. Está localizada à Praça Monsenhor Tabosa. Na Igreja, estão sepultados alguns dos benfeitores de Pacoti, inclusive o alemão Padre Quiliano (Fridollin Mitnnat), que chegou a esta cidade como fugitivo da I Guerra Mundial, onde residiu até os últimos dias de vida).
Capela Nossa Senhora das Graças
Polo de Lazer de Pacoti
Capela Sao Sebastiao (Boa Hora)
Arco Nossa Senhora de Fátima
Capela da Donaninha
Sítio SÃO LUÍS - localizado no Distrito de Santana: O casarão do SÍTIO SÃO LUÍS foi construído pelo Coronel da Guarda Nacional, João Pereira Castello Branco (1822-1900), entre 1870 e 1880. Feita por mãos de escravos, a construção impressiona pelo porte arrojado de suas belas colunas (30 ao todo), admirável pela estrutura sólida de seus arcos de quinas abauladas, toda erguida em tijolo e barro, feitos ali mesmo, com argila escura e queimados em fogo artesanal.
- "O SÍTIO SÃO LUÍS chegou a ser a maior propriedade de Pacoti, segundo o Serviço de Inspeção e Defesa Agrícolas do Brasil. Por essa razão, também tinha status de 'Fazenda' São Luís, título mais comum às propriedades do sertão, exatamente por sua grande extensão. Prova disto é que, até hoje, moradores da Santana, povoado próximo que o labor naquela terra originou, costumam chamá-lo de FAZENDA. Em 1911, o Sítio São Luis produziu 20 mil quilos de AÇÚCAR, duas mil arrobas de CAFÉ (produzidas por 300.000 mil pés) e 3.000 quilos de BORRACHA de maniçoba." (Trecho do livro "Pacoti, História & Memória", de Levi Jucá). A propriedade hoje, num novo ciclo de vida, retomou a produção de CAFÉ (coffe arábica typica) e faz parte da "ROTA VERDE DO CAFÉ", um roteiro turístico criado em novembro de 2015 pelo Sebrae-CE.
HINO OFICIAL DO MUNICÍPIO
Sobre os flancos da serra altaneira
Pacoti se apresentas gentil
Qual princesa formosa e faceira
Em seu trono esmeralda e anil
Refrão
Ó Pacoti, Ó Pacoti!
és o riso florido da serra
Pois espalhas em volta de ti
O que é belo, o que é nobre na terra.
O teu solo bendito se espalha
Sob as bençãos de Deus Redentor
No teu céu de turquesa e opala
Brilha à noite o Cruzeiro do amor
Nos teus campos verdejam floridos
cafezais com suas bagas rubis
e salpicam de ouro os abismos
Os pau-d'arcos com seus colibris
O teu clima sadio e ameno
Dá saúde, coragem e vigor
o turista te olhando sereno
Logo diz que tu és um primor
Pacoti és cidade esperança
De futuro feliz promissor
Pois teu povo não para, não cansa
de lutar com bravura e ardor
BRASÃO DO MUNICÍPIO
BANDEIRA DO MUNICIPIO